Casal americano condenado por venda de segredos nucleares

Um ex-engenheiro da Marinha e sua esposa, que tentaram passar segredos nucleares para o Brasil foi condenado ontem por tentar vender ao Brasil informações sigilosas dos Estados Unidos sobre um sistema de propulsão nuclear de navios americanos.

Diana Toebbe (46) e Jonathan Toebbe (44), se declararam culpados de conspiração para comunicar dados restritos em agosto, disseram autoridades federais. Os Toebbes, de Maryland, entraram em contato com autoridades do Brasil para passar informações sobre o programa de submarinos nucleares da América e autoridades do país alertaram à inteligência americanas sobre o contato.

Diana Toebbe, 46 anos, foi atingida com uma sentença mais grave do que seu marido, Jonathan Toebbe. A juíza Gina Groh, do Distrito Norte da Virgínia Ocidental, condenou Diana a mais de 21 anos de prisão, enquanto Jonathan foi atingido com mais de 19 anos de prisão, disse o Departamento de Justiça.

A juíza Groh impôs a sentença mais rigorosa a Diana porque ela supostamente tentou obstruir a justiça enviando cartas ao marido enquanto elas estavam na prisão, informou o New York Times.

Embora Jonathan fosse o único com a autorização de segurança e acesso às informações nucleares, Diana estava “conduzindo o ônibus” do esquema, destacou o juiz, de acordo com o relatório.

Diana atuou como vigia enquanto seu marido deixava informações em um local de “dead drop”, uma vez escondendo um cartão de dados dentro de um sanduíche de manteiga de amendoim. Porém, ele tentou vender as informações para um agente disfarçado do FBI.

O cartão tinha informações de design militar sensíveis relacionados a reatores nucleares submarinos. Como pagamento, Jonathan recebeu uma recompensa de US$ 70.000 (cerca de R$ 371 mil).

“Fui extremamente cuidadoso em reunir os arquivos que possuo lenta e naturalmente na rotina do meu trabalho, para que ninguém suspeitasse do meu plano”, escreveu ele ao investigador disfarçado.

O crime carregava a possibilidade de uma sentença de prisão perpétua. Jonathan era um especialista em sistemas de propulsão nuclear em submarinos, um dos segredos mais bem guardados do país.