Wells Fargo obriga estrangeiros sem residência nos Estados Unidos a fecharem suas contas

O Wells Fargo, um banco conhecido nos EUA por ser uma instituição de fácil acesso para estrangeiros, está passando por mudanças na política de aberturas de contas bancárias. Com isso, o banco tem obrigado estrangeiros que não possuem residência nos Estados Unidos, entre eles, muitos brasileiros, a retirarem seus saldos e cancelarem suas contas.

A decisão ocorreu o ano passado quando o Wells Fargo anunciou uma redução no atendimento a clientes internacionais. As mudanças mais significativas começaram a ocorrer em setembro de 2021 e, atualmente, entrou de fato em ação enviando aos correntistas um comunicado via e-mail onde solicitam a atualização do endereço residencial nos Estados Unidos ou o encerramento da conta. O que não afetou somente os novos correntistas, mas pessoas que fazem uso do banco há mais de 20 anos.

O banco já carrega alguns processos quanto ao tratamento de clientes ou possíveis clientes estrangeiros. Em 2021, um casal de russos que vive na Califórnia, moveu uma ação alegando que a Wells Fargo mantém uma política de limitar serviços de abertura de conta on-line aos cidadãos americanos e residentes permanentes legais em violação das leis estaduais e federais de direitos civis. Antes disso, em 2020, o banco pagou US$ 18,7 milhões para resolver um processo alegando que negou ilegalmente empréstimos estudantis e outras linhas de crédito a beneficiários de Ação Diferida para Chegada na Infância (DACA) com base em seu status de imigração.

Quase 20 mil brasileiros possuem conta no Wells Fargo e, de acordo com um funcionário do banco, é mais barato fechar as contas do que regularizá-las. Todo esse novo processo se deu porque as entidades reguladoras americanas têm mantido uma vigilância minuciosa sobre a instituição após a abertura de milhões de contas falsas e milhares de cartões de crédito. Estima-se que o banco já deixou de lucrar 4 bilhões de dólares desde o início das sanções.